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Muitas pessoas perguntam sobre os usos e aplicações da Musicoterapia, poucas sabem que o grande potencial da musicoterapia é permitir que aqueles que estão envolvidos com a atividade expressem suas emoções e sentimentos através da música e do contato com os instrumentos. Seja tocando ou cantando, de forma amadora, improvisada, ou não.
Mas musicoterapia também pode ser um momento de reflexão, além de ser uma oportunidade para transmissão de conhecimento. É o que fez a aluna do curso de Bacharelado em Musicoterapia da Faculdades EST Graziela Pires. Envolvida com a música desde cedo, ela chegou a cursar parte do curso de Letras Português/Inglês para estar próxima da carreira docente. Formada em magistério, para Graziela, esse seria um percurso natural. Mas a paixão pelo universo sonoro falou mais alto e Graziela migrou para a Musicoterapia. Ela não imaginou que a inserção num curso que não tratava do ensino de música, propriamente dito, pudesse aproximá-la novamente da carreira de professora.
Dentro da Faculdades EST, Graziela acabou conhecendo o Grupo Identidade, coordenado pela Profa. Selenir Gonçalves Kronbauer e pelo Prof. Oneide Bobsin. Ali, descobriu novas possibilidades, outras linguagens e, por que não dizer, espaço para resgatar suas raízes. “Nunca tinha pensado nisso até ingressar na Faculdades EST. Nunca tinha refletido sobre minha origem negra. Talvez, porque eu sempre trabalhei muito bem minha autoestima! Nunca reparei, ou me prendi, em situações de racismo ou exclusão contra mim”, diz Graziela.
Foi de posse do conhecimento proporcionado pela disciplina de História e Cultura Afro-brasileira, que faz parte da estrutura curricular de todos os cursos da Faculdades EST, que Graziela percebeu que poderia fazer a diferença no processo educacional de seus alunos e alunas de música na EMEFCEI, de Campo Bom. Ela teve a ideia de aliar a história e a cultura afro, desde as suas origens, na África, ao processo de aprendizagem e apropriação de ritmos e sons.
“Em alguns momentos, precisei contornar situações de tensão. Por exemplo, quando resolvi mostrar um vídeo onde, em frente a um altar com imagens de cultos africanos, um rapaz ensinava e nomeava os diferentes tipos de sons produzidos pelos instrumentos”, lembra Graziela. Ela conta que um aluno ficou muito incomodado com aquilo, pois, segundo a religião dele, ele não poderia estar ouvindo aquele ‘batuque’. Graziela diz que aproveitou o momento para explicar que o batucar do tambor não causa nenhum mal a eles. São apenas ritmos e sons, desenvolvidos através de instrumentos construídos de forma manual, para enfatizar a alegria ou o momento de descontração de uma outra vertente cultural. Ali, no caso, da matriz africana. “Essa é a grande riqueza do trabalho com a música. Podemos falar sobre diversas questões”, salienta.
A riqueza do projeto desenvolvido com os estudantes do 6º e 7º Ano e o estímulo de seus professores da faculdade motivaram Graziela a inscrever o trabalho no Salão de Ações Afirmativas da UFRGS, atividade desenvolvida junto ao Salão de Iniciação Científica da UFGRS com o objetivo de divulgar, promover e acompanhar trabalhos, ações e projetos que promovam a educação para as relações étnico-raciais, dentro e fora da universidade. Graziela acabou conquistando o primeiro lugar e levou para casa o troféu Oliveira Silveira, que homenageia o famoso escritor e poeta negro. “Eu tenho que agradecer o apoio que recebi, toda a torcida e amor. Isso foi muito importante”, destacou Graziela, ao lembrar que é preciso seguir na luta. “Nossa militância é de Ação, é na educação, é no dia a dia”, salienta.
Ação Afirmativa
O termo refere-se a um conjunto de políticas públicas de uma determinada sociedade para a proteção de minorias e grupos discriminados no passado. A ação afirmativa visa remover barreiras, formais e informais, que impeçam o acesso de certos grupos ao mercado de trabalho, a universidades e a posições de liderança. (Fonte: http://www.ufrgs.br/acoesafirmativas/acoes-afirmativas/o-que-sao)
Jornalista responsável: Mariana Bastian Tramontini
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