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A sociedade contemporânea alijou-se de seu próprio tempo e lugar, pois negou-se à solidariedade com o seu espaço social em que habita, disse o teólogo luterano Vitor Westhelle, na palestra que abriu, nesta segunda-feira, 11, o I Congresso Internacional da Faculdade EST sobre "Religião e sociedade: desafios contemporâneos".
Em uma de três teses apresentadas na abertura, Vitor caracterizou a contemporaneidade como uma atitude, que implica a ousadia de encarar o lado obscuro do real. Fazem falta, nessa sociedade marcada pela irresponsabilidade, cronistas que saibam ver no escuro, o lado oculto do que vem à superfície, defendeu.
"Crônica" intitula dois livros do Antigo Testamento. Em hebraico, "dabari himim" (palavras coletadas) significa prestar contas dos eventos do dia, "das coisas reais do que sucede independente de sua aparente relevância".
O teólogo brasileiro reportou-se à escritora indiana Arundhati Roy, uma das incentivadoras do Fórum Social Mundial, que reivindicava: "Temos de encontrar uma maneira de forçar que os fatos reais voltem ao noticiário".
"Essa é uma característica que define o nosso tempo e é controlado por um sistema global em que a responsabilidade, por sistêmica necessidade, não faz parte das coisas que contam. Eis porque necessitamos de cronistas que nos contem essas histórias e que sejam acessíveis", afirmou o palestrante.
A ambiguidade, destacou o reitor da Faculdades EST, professor Oneide Bobsin, está presente tanto na religião como na ciência e na política. A ciência, afirmou, empalhou a religião e tirou dela verdades que ela nunca disse. "O nosso esforço, nesse congresso, será de não insistir no que a religião nunca quis dizer", admoestou.
A religião, frisou o reitor da EST, tem uma função terapêutica na sociedade, pois se não fosse por ela os hospitais e as prisões estariam ainda mais lotados.
Na presença do prefeito municipal, Ary Vanazzi, e do secretário de Estado da Cultura, Luis Antonio de Assis Brasil, representando na abertura o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, Oneide sugeriu, em tom de chiste, que o Estado pagasse imposto às igrejas, pois elas prestam um serviço que não é reconhecido.
Mais de 330 teólogos, pesquisadores e estudantes, de quatro continentes acorreram a São Leopoldo para esse I Congresso com o intuito de analisar, nas palavras do coordenador do evento, o teólogo suíço Rudolf von Sinner, o rico e perigoso potencial que as religiões dispõem de poder contribuir para a convivência pacífica entre os povos.
Ao falar em nome dos nove teólogos sul-africanos presentes no Congresso, o professor de Teologia Sistemática da Universidade da África do Sul, Rothney Tshaka, lembrou que o seu país, assim como o Brasil, tem um fosso entre ricos e pobres. Ele destacou a importância do evento como um espaço para perguntar que papel a religião desempenha num país com tantos problemas.
Na abertura do encontro, von Sinner anunciou a realização do II Congresso Internacional, que a EST sediará de 8 a 12 de setembro de 2014.
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