Intercâmbio Brasil-Alemanha
O professor Dr. Julio C. Adam retornou esta semana, após três meses de pesquisa na Universidade de Hamburgo, na Alemanha. “Este foi o último de três períodos de três meses de um programa da Capes e Fundação Humboldt, através do qual consegui a bolsa para pesquisa”, diz ele. Prof. Julio pesquisou sobre a relação da religião com a cultura pop, especificamente o cinema brasileiro, buscando fazer uma leitura de aspectos religiosos da cultura como um meio de reflexão para a teologia prática, minha área. O resultado da pesquisa sairá em forma de livro, ainda nesse ano.
Em um posts nas redes sociais, prof. Julio resgatou um elemento das ruas de Hamburgo que podem passar despercebidas, mas que precisam ser sempre lembradas. Ele confessou que embora estivesse há tanto tempo em Hamburgo, ainda não tinha prestado atenção nas plaquinhas douradas nas calçadas da cidade. “Precisou vir meu amigo Thomas Reite para me contar sobre elas: São os nomes das pessoas que foram presas e levadas de suas casas pelo nazismo”, ressalta. “Elas estão por toda parte e depois disso, não consegui parar de lê-las. Está escrito aqui viveu - o nome da pessoa, data de nascimento, para onde foi levada e o destino final. A maioria assassinadas nos campos de concentração. Em frente a algumas casas percebe-se que famílias inteiras foram levadas”.
Ele confessa que ficou assustado quando viu que na casa em que estavam morando, na calçada, quatro plaquinhas douradas guardam a memória dos Hirschbaum, uma família inteira levada, todos mortos nos campos de concentração. “Provavelmente era uma família judia, morando ali onde morei com minha família, talvez no mesmo andar, talvez nos mesmos cômodos”, conta.
As tais plaquinhas douradas estão incrustadas nas calçadas da cidade, guardando a memória de vidas injustamente destruídas pela intolerância contra a diferença! "A mesma intolerância contra a diferença, infelizmente e assustadoramente, em crescimento, aqui e também no Brasil. Quantas plaquinhas douradas mais precisaremos para entender que há espaço para todo mundo?”, questiona prof. Julio.
Durante sua passagem pela Alemanha, prof. Julio encontrou a estudante Veridiane de Souza, que faz estágio social voluntário em Berlim, e Ismael Richter Dahm, que realiza intercâmbio na Universidade de Leipzig.
