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Ao dissertar para pastores batistas reunidos, nos dias 25 e 26 de abril, em Salvador, na Bahia, para o Seminário sobre Teologia de Lutero, o professor da Faculdades EST, Dr. Wilhelm Wachholz, explicou que, segundo o reformador, o conhecimento de Deus se dá somente por graça e, fazendo-se conhecer gratuitamente, o conhecimento pode ser recebido somente pela fé.
“Querer conhecer Deus naquilo que não foi revelado é caminho especulativo, o que significa que somente podemos falar de Deus a partir daquilo que Ele mesmo, gratuitamente, nos deu a conhecer”, ensinou o pesquisador.
Além de se dar a conhecer gratuitamente, os pilares da teologia de Lutero defendem que o verdadeiro conhecimento de Deus somente se torna possível pela fé surgida da interpretação da Palavra contida na Sagrada Escritura. “Embora existam interpretações distintas da Bíblia, o protestantismo como um todo reconhece, a partir da Escritura, a centralidade de Cristo como ponto em comum”, disse Wachholz.
Ao resgatar a trajetória do reformador, Wachholz recordou que, após a excomunhão, Lutero redefiniu o conceito de Igreja, estabelecendo distinção entre Igreja visível e Igreja invisível. “Igreja visível é a Igreja institucional, que não corresponde necessariamente à verdadeira Igreja, pois essa somente Deus conhece e, por isso, é invisível aos olhos do homem”, argumentou.
Às vésperas de se comemorar os 500 anos da Reforma, o professor da EST avaliou também as crises postas ao protestantismo histórico como uma chance de aproximação entre as diferentes igrejas, movimento que permitiria reestudar os fundamentos teológicos propostos por Lutero.
Na avaliação de Wachholz, a pós-modernidade promoveu um culto excessivo do indivíduo, deslocado de sua relação com o outro e com o mundo. Nesse movimento, denunciou, o ser humano se desinteressa pelo outro, pela criação e pela humanidade. “Ao afirmar os quatro solas, Lutero propõe uma teologia excêntrica, ou seja, não centrada no indivíduo, mas em Cristo”, afirmou o palestrante ao frisar que o autocentramento conduz ao egoísmo, à crise ecológica, à desigualdade social e política, às injustiças e à violência.
Ao fazer uma crítica à exaltação do dinheiro, Wachholz recordou que o próprio protestantismo adentrou aliado a empreendimentos comerciais no século 19, dando sustentação a interesses comerciais. “A religião continua legitimando a idolatria ao dinheiro, o que faz com certas igrejas e teologias utilizem as leis de mercado em seus discursos”.
Embora o bem-estar material ainda seja medido para qualificar a relação das pessoas com Deus, o professor da EST deixou claro que o ser humano jamais poderá possuir Deus, pois “é Deus que precisa tomar conta do ser humano, sendo que a tentativa de possuí-lo tem como resultado a manipulação de Deus de acordo com interesses e mercados”, esclareceu.
Ao refletir sobre as projeções futuras da teologia luterana, Wachholz finalizou seu discurso dizendo que as igrejas estão desafiadas a assumir de forma mais enfática a sua vocação diaconal, a sua responsabilidade de cuidar dos outros, da criação, da humanidade e do mundo. Dessa forma, relações centradas na graça e na gratuidade representam o caminho da misericórdia, da solidariedade e da justiça.
Jornalista responsável: Micael Vier Behs
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